Paraná tem maior produção de erva-mate do país, aponta IBGE

Estado concentrou 87% de toda a produção nacional em 2018, segundo o IBGE. São Mateus do Sul foi o município que registrou o maior volume de erva-mate extrativa no ano com 70 mil toneladas, o que representa 17,8% do total nacional de acordo com levantamento do IBGE. Qualidade do produto é um grande destaque.

Foto: José Fernando Ogura/ANPr

O Paraná concentrou 87% de toda a produção de erva-mate do País em 2018. Do total de 393 mil toneladas, 345,09 mil saíram do Estado, especialmente da região Centro-Sul, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O setor possui forte impacto social, garantindo emprego e renda para ao menos 100 mil famílias no Estado, informa a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento.

São Mateus do Sul, novamente, foi o município que registrou o maior volume de erva-mate extrativa no ano, com 70 mil toneladas, o que representa 17,8% do total nacional. A cidade, sozinha, produz mais do que os dois outros Estados no ranking nacional, somados – Rio Grande do Sul (24,8 mil toneladas) e Santa Catarina (23 mil toneladas). O cultivo movimentou R$ 468,4 milhões no ano passado no Brasil.

São paranaenses, as dez cidades que mais produziram no ano passado. Além de São Mateus do Sul, se destacaram Cruz Machado (55.200 toneladas), General Carneiro (30.600), Bituruna (30.000), Paula Freitas (21.840), Inácio Martins (15.980), Palmas (14.342), União da Vitória (13.500), Irati (12.200) e Pinhão (9.500).

A erva-mate é o principal produto florestal não madeireiro e seu cultivo é totalmente agroecológico. Por ser plantada na maior parte do Paraná em áreas sombreadas, não exige desmatamento e nem emite carbono.

Qualidade

Secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara ressalta a qualidade da erva-mate paranaense, caracterizada por uma grande produção em áreas com sombreamento. “Precisamos valorizar o esforço do Paraná, que cultiva o produto em ervais sombreados, o que garante um sabor menos amargo”, diz.

“Há um capricho todo especial dos nossos agricultores em relação ao adensamento também, o que nos permitiu ganhar um selo de qualidade, mostrando que aquela erva é um produto diferenciado de determinada região do nosso Estado”, completa. O certificado de qualificação foi entregue em 2017 para os municípios de São Mateus do Sul, Antônio Olinto, Mallet, Rebouças, Rio Azul e São João do Triunfo. Ao todo, 136 cidades cultivam erva-mate no Paraná.

Escola

Como forma de estimular ainda mais o consumo da erva-mate no Estado, a secretaria de Educação e Esporte estuda a inclusão do chá na merenda escolar. A proposta já está em fase final de elaboração.

Consumo

No Brasil, 96% do consumo da erva-mate é para chimarrão e 4% em chás e outros usos. O desafio, de acordo com Ortigara, é agregar valor e ampliar o mercado, já que a participação na grade de exportação brasileira ainda é pequena, reservando cerca de 10% da produção para a venda internacional.

“A erva-mate vem ganhando espaço no mundo pela diferenciação dos produtos que se permite fazer. Vai desde o tradicional chimarrão, passando pelos chás quentes ou gelados, até cosméticos e produtos de limpeza e higiene”, explica o secretário.

De acordo com Rogério Nogueira, técnico do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, o Paraná exportou 3 mil toneladas de erva-mate no ano passado. “90% da produção vai para o Uruguai, que tem uma produção insignificante”, disse.

O Paraná busca ampliar a produção de erva-mate usando áreas próximas às linhas de energia elétrica. O projeto de lei tramita na Casa e foi aprovado por unanimidade pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

A proposta estabelece uma faixa de segurança mínima de 15 metros de cada lado da rede e determina que a altura máxima das árvores não poderá ultrapassar 3 metros.

O projeto prevê que a poda das árvores será de responsabilidade do proprietário da terra, exceto nos casos em que houver risco de segurança, quando a Copel deverá ser acionada. Se as regras não forem cumpridas, a concessionária poderá podar ou mesmo retirar as árvores. O prazo para adequação à nova legislação será de 7 anos.

Segundo a justificativa da proposta, em algumas regiões do Paraná, a vegetação é responsável por mais de 50% das interrupções no sistema de distribuição de energia elétrica. Boa parte dos casos envolve o reflorestamento de eucaliptos, que, durante vendavais e tempestades, entram em contato com os cabos condutores e deixam casas e fábricas sem luz por várias horas. Há ainda a questão da segurança de pessoas e animais, agravada pelo risco de incêndios florestais.

Redação Tem com AEN



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