Em posse, Ratinho Júnior diz que vai romper com ‘oligarquias’ do PR

Ao tomar posse no governo do ParanáRatinho Júnior (PSD) disse nesta terça-feira, 1º, que pretende romper com as “oligarquias” políticas que, segundo ele, comandaram o estado nos últimos 35 anos. Ex-secretário do Desenvolvimento Urbano do governo de Beto Richa (PSDB), Ratinho afirmou que pretende colocar em ação uma nova forma de administrar o estado, mais voltado para o viés técnico.

Carlos Massa Ratinho Júnior tem 37 anos e é o segundo mais jovem a assumir o Paraná (o primeiro foi Paulo Pimentel, nos anos 1960, aos 35 anos), e é filho do apresentador de TV Ratinho. Natural de Jandaia do Sul, região Norte do Paraná, o novo governador emocionou-se ao lembrar sua origem.

“Tenho orgulho de ser o primeiro governador eleito nos últimos 35 anos sem fazer parte de nenhuma oligarquia. Tenho orgulho de ter uma história familiar de superação”, disse no discurso na Assembleia Legislativa. O novo governador se emocionou ao falar do pai, o apresentador de TV Carlos Roberto Massa, o Ratinho, que esteve presente na cerimônia.

O pai Ratinho veio do interior para Curitiba nos anos 1980 para trabalhar como radialista. Ficou conhecido por ser repórter do ex-apresentador de programa policial Luiz Carlos Alborghetti, o Cadeia. Elegeu-se deputado federal duas vezes e desistiu da carreira política no segundo mandato.

Aproveitando a fama do pai, Ratinho Júnior foi o deputado estadual mais votado na eleição de 2002, depois disso, foi eleito deputado federal em 2006, perdeu a eleição para prefeito de Curitiba em 2012, para Gustavo Fruet (PDT), em 2014 voltou a ser deputado estadual e venceu a disputa pelo governo do Paraná, em 2018, no primeiro turno, com mais de 60% dos votos.

Ao tratar do enxugamento da máquina pública, Ratinho Júnior citou a redução do estrutura administrativa. “Já iniciamos a reforma, diminuindo o número de secretarias de 28 para 15. Vamos avançar muito mais.” De acordo com a equipe de transição, cada uma das pastas extintas representa uma economia de R$ 300 mil por mês.

“Vou praticar o Estado necessário, aquele que se pauta pela eficiência e pela estrutura necessária para resgatar a dignidade dos que mais precisam”, disse o governador. A cerimônia de posse foi realizada pela manhã para que Ratinho pudesse seguir para a posse do presidente Bolsonaro, em Brasília.

Mesmo depois de cumprir sete anos de governo, Beto Richa foi ignorado na cerimônia de posse do novo governador. Alvo de pelo menos três ações na Justiça, o tucano deixou o cargo em abril, para se candidatar ao Senado, mas foi preso na semana da eleição e não conseguiu a votação necessária para conquistar um lugar no Congresso.

Ratinho recebeu o cargo da vice Cida Borghetti (PP), mulher do ex-ministro da Saúde Ricardo Barros, e derrotada nas eleições de outubro. Em seu discurso, Cida chegou a citar o fato de “ter eliminado a corrupção no governo do Estado”, fazendo referência às exonerações de ex-assessores de Richa que haviam permanecido durante a sua gestão.

Sem citar o nome do ex-governador, ela destacou que deixa o salário do funcionalismo em dia e o Estado com R$ 5,3 bilhões em caixa, para pagar as despesas mais imediatas, deste total, R$ 400 milhões estariam à disposição do novo governador para investimentos. “Isso é consequência da responsabilidade com que administramos e o equilíbrio das finanças públicas”, afirmou Cida.

No entanto, a equipe de transição de Ratinho já afirmou que vai auditar todos os contratos do atual governo e fazer um pente-fino nos 2,5 mil cargos comissionados do estado, embora o Paraná tenha a menor porcentagem de comissionados em relação às outras unidades da federação. “Nossa primeira ação será devolver o avião alugado”, brincou Ratinho, fazendo referência a uma aeronave alugada pelo ex-governador para viagens oficiais.

Do Estadão Conteúdo



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