PIX vira alvo de Trump em novos ataques ao Brasil; entenda o caso

EUA abriram investigação comercial contra o Brasil e citando PIX como "prática desleal" que afetaria serviços de grandes bancos estadunidenses.

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Imagem: Daniel Torok

Criado pelo Banco Central do Brasil e considerado uma revolução na economia do país, o sistema de transferências instantâneas PIX está sendo alvo de uma investigação pelo governo dos Estados Unidos. O processo foi aberto pelo Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR), a pedido do presidente Donald Trump, e anunciado na noite desta terça-feira (15). A decisão ocorreu após um encontro do alto escalão do governo estadunidense com o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL).

No documento oficial, o governo norte-americano menciona práticas relacionadas a “serviços de comércio digital e pagamento eletrônico”, incluindo os desenvolvidos por entes governamentais — o que, na prática, se refere ao sistema brasileiro.

“O Brasil também parece se envolver em uma série de práticas desleais com relação a serviços de pagamento eletrônico, incluindo, mas não se limitando a favorecer seus serviços de pagamento eletrônico desenvolvidos pelo governo”, afirma o texto do USTR. Em outro trecho, o documento alega que o país pode estar adotando políticas que afetam a competitividade de empresas estadunidenses que atuam no setor.

PIX bate recordes e se consolida

Desde seu lançamento em novembro de 2020, durante a pandemia de covid-19, o PIX vem registrando crescimento exponencial. Em 2024, o sistema atingiu a marca de R$ 26,46 trilhões movimentados — um aumento de 54,6% em relação ao ano anterior.

O número de transações também impressiona: foram 63,5 bilhões de operações em 2024, contra 41,68 bilhões no ano anterior, segundo dados do Banco Central.

Ao comemorar os quatro anos do sistema, em novembro passado, o diretor de Organização do Sistema Financeiro do BC, Renato Gomes, destacou o impacto do PIX na inclusão financeira e no apoio a pequenos empreendedores.

“Uma das coisas mais impressionantes é o uso do PIX por pequenos comerciantes, microempreendedores e pessoas que antes tinham dificuldade em oferecer meios digitais de pagamento. Isso permitiu novos modelos de negócio e ampliou o acesso em regiões onde não há agência bancária”, afirmou.

Redação Tem Londrina