A Prefeitura de Londrina e a Câmara Municipal anunciaram, nesta segunda-feira (3), o repasse de R$ 4 milhões para as ações de Assistência Social no município em 2026. O valor será transferido pelo Legislativo, que decidiu abrir mão de parte do seu orçamento para ampliar o atendimento à população em situação de vulnerabilidade.

A decisão foi formalizada em reunião no gabinete do prefeito Tiago Amaral (PSD), com a presença do presidente da Câmara, Emanoel Gomes (REPUB), e dos vereadores da Mesa Executiva: Giovani Mattos (PSD), Professora Flávia Cabral (PP), Mestre Madureira (PP) e Marcelo Oguido (PL).

Segundo eles, a medida foi acordada em conjunto com todos os vereadores.

Em outubro, os vereadores aprovaram em primeiro turno a Lei Orçamentária Anual (LOA) com um corte de cerca de R$ 17 milhões para a assistência social. A decisão gerou polêmica e críticas.

Para manter um patamar de investimentos próximo ao do ano passado, o Município precisou recorrer ao Legislativo e também ao governo estadual.

“É uma excelente notícia para quem mais precisa. A Câmara teve sensibilidade e compreensão do momento, e agradecemos essa parceria”, afirmou o prefeito. O prefeito também disse que o município busca novos recursos junto ao Governo do Estado, em cerca de R$ 11 milhões, para manter o orçamento da Assistência Social.

Segundo ele, podendo chegar a cerca de R$ 15 milhões somando futuras transferências.

Audiência na Câmara

Uma audiência pública realizada nesta segunda-feira (3), coordenada pela Comissão de Finanças do Legislativo, debateu os projetos de lei que definirão o orçamento da cidade para 2026 na LOA e o plano para o quadriênio 2026-2029, o Plano Plurianual (PPA).

O debate ocorreu diante de galerias lotadas, com protestos de entidades contra a redução de R$ 17 milhões — de R$ 134 milhões para R$ 117,165 milhões — inicialmente proposta para a secretaria. O assunto dominou a audiência e mobilizou entidades que alertaram para o risco de extinção de programas essenciais, redução de atendimentos e demissão de trabalhadores do setor. “As prioridades do povo são: Saúde, Educação e Assistência Social”, afirmou Rita de Cassia Lemos Barboza, integrante do Conselho Municipal de Assistência Social.

Vereadores

O presidente da Câmara dos Vereadores, Emanoel Gomes, destacou que a Casa decidiu reduzir despesas para garantir o reforço financeiro. “Além dos R$ 4 milhões para 2026, estimamos uma economia de R$ 7 milhões no orçamento de 2025, que também poderá ser devolvida ao município para reforçar áreas prioritárias”, explicou o parlamentar.

A vereadora Flávia Cabral afirmou que a medida é resultado de diálogo entre Legislativo e Executivo. “Mostra que é possível ter responsabilidade fiscal sem deixar de olhar para quem mais precisa”, disse a líder do governo no Legislativo.