Ativismo antivacina trava vacinação contra a dengue em Londrina; entenda

Divulgação de informações falsas sobre as vacinas prejudicam a imunização.

Imagem: Reprodução/PMC

A vacinação contra a dengue em Londrina caminha a passos lentos na comparação entre o número de pessoas que podem se vacinar e a quantidade de doses de imunizantes que ainda restam nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Atualmente, o município está vacinando o público de crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, seguindo orientação do Ministério da Saúde (MS).

De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), até a última terça-feira (16), a cidade havia aplicado 9.466 doses da vacina QDenga, sendo que ainda há 3.738 doses disponíveis para o público. Para se ter uma ideia, em Londrina, somente na faixa entre 12 a 14 anos, há uma população estimada em cerca de 19.800 crianças e adolescentes.

Vale ressaltar que a campanha de vacinação foi iniciada em 24 de fevereiro, ou seja, há quase dois meses, e Londrina foi uma das cidades do Paraná que mais recebeu doses contra a doença.

Imagem: Reprodução/Sesa

Um dos problemas identificados não só em Londrina, mas em todo o país, é que os pais ou responsáveis não estão levando os filhos para receber a imunização. O principal fator seria ampla desinformação encontrada na internet sobre as vacinas e, assim como aconteceu na época da covid-19, as imunizações seguem baixas em todos os estados brasileiros.

“Se não houvesse um negacionismo às vacinas, certamente as famílias estariam levando as suas crianças e seus jovens para serem vacinados. Esse é o ponto fundamental”, disse a ministra da Saúde, Nísia Trindade, durante comissão no Senado Federal.

Para o médico Dráuzio Varella, conhecido por popularizar informações sobre saúde na TV e na internet, o problema vai além do negacionismo. Segundo o especialista, há um movimento ativista antivacina, que tem utilizado as redes sociais para propagar ideias infundadas contra qualquer tipo de imunizante. “É um projeto global, não são apenas negacionistas, eles não apenas negam a ciência, mas militam contra ela. Eles são verdadeiros ativistas antivacina”, explicou.

Vacinação

A Secretaria de Saúde de Londrina já colocou em prática várias estratégias na tentativa de ampliar o número de vacinados, como descentralização das aplicações e mutirões em várias regiões da cidade. Mesmo assim, os números continuam baixos.

“Temos buscado todas as alternativas possíveis para facilitar o acesso à vacina contra a dengue, mas é preciso que a população busque as unidades de saúde e leve as crianças para se vacinar. Essa faixa etária não foi escolhida de forma aleatória pelo Ministério da Saúde, é a segunda faixa etária com maior índice de complicações e internações em decorrência da dengue, logo depois dos idosos”, disse o secretário de Saúde, Felippe Machado.

Imagem: Vivian Honorato

“A vacina é uma forma adequada de proteção, ou seja, o imunizante é um grande aliado para que a gente possa enfrentar esse cenário epidemiológico atual”, completou.

Para se vacinar contra a dengue não é necessário realizar agendamento, já que a imunização acontece por livre demanda nas UBSs do município.

Morte de adolescente

Nesta semana, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) confirmou a morte por dengue, de uma adolescente de 14 anos, na cidade de Arapongas, na Região Metropolitana de Londrina (RML).

Em Londrina, uma adolescente, também de 14 anos, morreu vítima da doença em fevereiro.

Redação Tem Londrina


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