Prefeitura de Londrina instala armadilhas contra o mosquito da dengue

A prefeitura de Londrina decidiu usar, experimentalmente, armadilhas contra o mosquito da dengue, que visam interromper o ciclo reprodutivo do vetor, reduzindo a sua infestação. Os agentes de endemias já espalharam algumas armadilhas pela cidade.
Como projeto-piloto, a SMS vai instalar 1.000 armadilhas em algumas regiões da cidade, dentre elas nos jardins União da Vitória e Jardim Santa Fé, os quais possuem alta concentração de casos notificados de dengue, e na Vila Brasil, que possui um cenário relativamente tranquilo com relação à doença. A ideia do município é ter dois paralelos para fazer a comparação da efetividade da medida, em relação a estas localidades, após cerca de 30 a 40 dias de experiência.
A prefeitura também vai instalar contadoras automáticas, em pontos estratégicos, para comparar e verificar se a presença do mosquito Aedes aegypti diminuiu. Neste primeiro momento não haverá custos diretos da implantação do projeto para o Município, pois os equipamentos foram fornecidos gratuitamente pela empresa que detém a tecnologia no Brasil, como teste.
A diretora de Vigilância em Saúde da SMS, Sônia Fernandes, contou que em nível de saúde pública municipal, esta é uma experiência inédita, pois o instrumento foi testado em alguns outros municípios, mas apenas em empresas e hospitais, em um volume muito menor. “Essa é a primeira vez que um município está assumindo esta experiência e a utilização destas armadilhas para combate à dengue”, afirmou.
Sônia explicou que cada armadilha cobre até 600 metros quadrados, por isso não é necessário que ela seja instalada em todos os quarteirões. “A manutenção dos instrumentos será feita uma vez por mês, onde serão trocados apenas os produtos que fazem a armadilha funcionar”, adiantou.
Como funciona
A armadilha atrai mosquitos fêmeas do Aedes Aegypti, que estão prestes a produzir ovos. O mosquito repousa no local, deposita os ovos na água e é contaminado pelo larvicida contido lá. Quando os ovos se transformam em larvas na água, mais odores são gerados e atraem outros mosquitos para a armadilha. Depois, as larvas morrem antes de completarem o estágio de desenvolvimento.
Quando o mosquito fêmea contaminado sai da armadilha, o larvicida contido nele se dissolve e contamina a água em pneus, vasos, entre outros locais, repetindo o mesmo ciclo que ocorre dentro da armadilha e matando novas larvas. Além disso, o fungo que infecta o mosquito também o torna menos ativo, reduz sua disposição em picar as pessoas e também inibe o desenvolvimento do vírus da dengue no seu sistema digestivo. Depois de alguns dias, o mosquito morre, reduzindo a presença do vetor na região coberta pelo instrumento.
A tecnologia não é agressiva aos homens e as armadilhas foram desenvolvidas pela empresa holandesa In2Care, que já obteve registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso em saúde pública.
Escolas
A fim de conscientizar a população sobre a importância das ações preventivas de combate ao mosquito Aedes Aegypti, as secretarias de Saúde e Educação promoveram uma passeata com cerca de 150 alunos da Escola Municipal Zumbi dos Palmares, acompanhados pelo corpo técnico da unidade escolar, além dos secretários das pastas.
Segundo a secretária municipal de Educação, Maria Tereza Paschoal de Moraes, todas as unidades escolares da rede estão desenvolvendo alguma ação de combate ao mosquito com os alunos. “É importante tratar desde assunto desde cedo, com as crianças, porque além de serem conscientizadas, elas multiplicam as informações que recebem aos pais, outros familiares e amigos, fazendo um círculo virtuoso de combate à dengue”, mencionou.
Redação Tem com N.com