Caixa-preta mostra última conversa entre pilotos do Voepass e torre; veja
Relatório do Cenipa apresentou os últimos contatos antes da tragédia.
O relatório divulgado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) na última sexta-feira (6), trouxe à tona os detalhes da queda do avião da Voepass, que saiu de Cascavel e caiu em Vinhedo, interior de São Paulo. As transcrições dos áudios da caixa-preta apontam que, até os minutos finais do voo, a comunicação entre os pilotos do ATR-72 e a torre de controle seguiu sem indícios de qualquer emergência.
O acidente resultou na morte das 62 pessoas a bordo, entre passageiros e tripulantes.
As conversas registradas na caixa-preta revelam que, em momento algum, os pilotos mencionaram problemas técnicos ou dificuldades durante a operação. Até as instruções para a descida da aeronave foram seguidas de forma aparentemente tranquila.
Veja a sequência de comunicação:
13h06min00s: Logo após contato do Voepass, o controle responde e pede que o avião mantenha sua altitude atual (17 mil pés).
13h06min05s: O Voepass confirma que entendeu a instrução13h18min21s: O piloto informa que chegou ao ponto ideal para começar a descer.
13h18min25s: O controle instrui o avião a continuar na mesma altitude. O piloto confirma.
13h19min19s: Após chamada do Voepass, o controle responde e pede que o avião continue na mesma altitude devido ao tráfego de outra aeronave.
13h19min23s: O Voepass confirma que manterá a altitude e informa que está pronto para descer, aguardando autorização.
13h19min30s: O controle reconhece a situação e pede que o piloto aguarde a autorização para a descida.
13h19min31s: O piloto confirma que entendeu e agradece.
13h20min33s: O controle autoriza o Voepass a seguir direto para a posição “Sanpa” (um ponto específico no ar), ainda mantendo a altitude, e informa que a descida será autorizada em dois minutos.
13h20min39s: O Voepass confirma a mensagem (essa foi a última comunicação do voo).
13h21min36s: O controle finalmente autoriza a descida do avião para uma altitude mais baixa (9 mil pés), com rumo para “Sanpa”.
Das 13h22min02s até as 13h22min49s, a torre de controle fez cinco chamadas para o Voepass, mas não recebeu resposta. O avião já havia caído.
Para o Cenipa, o silêncio na comunicação e a ausência de qualquer declaração de emergência antes da queda deixam dúvidas sobre o que de fato aconteceu nos momentos finais do voo. Até o momento do impacto, nada nas conversas sugeria que a aeronave ou a tripulação enfrentavam uma situação de risco iminente.
As investigações do caso continuam, enquanto o órgão prepara o relatório final.
Redação Tem Londrina