Situação é complexa e composta por várias nuances que desconhecemos, afirma psicanalista – Fotos: G1/Assessoria/UOL

Situações de extrema violência, como o atentado ocorrido em Suzano (SP) esta semana, levantam questionamentos acerca da vida, da saúde mental e do comportamento da juventude. Como compreender que dois jovens cheguem a um nível de ódio que os motive a matar outros e tirar a própria vida?

Para o psicanalista de Londrina Sylvio do Amaral Schreiner a situação é complexa, composta de várias nuances que desconhecemos (como a criação dos atiradores), mas a pressão social por sucesso também pode ser parte da resposta.

“Hoje se fala muito em sucesso como algo fácil, que basta querer, uma consequência apenas de força de vontade, quando, na verdade, ele depende de muitas outras variáveis. Para jovens, que ainda sabem pouco da vida, resta a pressão de se sentir perdedor, o que pode levar a atos extremos em busca de visibilidade“, explica.

Schreiner ressalta que quanto mais forte a pessoa quer transparecer, mais fraca mentalmente ela é, e que os autores de atos violentos como este certamente sofrem com a baixa autoestima.

“Junta-se a isto a pressão por sucesso – uma visão muito equivocada de sucesso, há de se ressaltar – e temos a receita para a tragédia”.