Uma em cada 5 profissões no país pode adotar o home office, diz estudo
Análise realizada pelo Ipea revela que 22,7% das ocupações, que representam 20 milhões de trabalhadores, são aptas para o teletrabalho.
Com a pandemia de coronavírus, milhões de brasileiros abandonaram os escritórios e passaram a trabalhar de casa. O teletrabalho, ou home office, já era uma tendência no mundo e, com a mudança nos hábitos, deve se fortalecer mesmo após a crise. De acordo com análise do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) divulgada nesta quarta-feira, o formato poderá ser adotado em 22,7% das ocupações nacionais, alcançando mais de 20 milhões de trabalhadores.
— Sabemos que o trabalho em domicílio é uma realidade que independe da pandemia — destacou Felipe Martins, um dos coautores da pesquisa, ressaltando que ainda não é possível avaliar o impacto das medidas de isolamento adotadas por quem pode ficar em casa no avanço do teletrabalho no Brasil.
O estudo “Potencial de Teletrabalho na Pandemia: Um Retrato no Brasil e no Mundo” segue metodologia da Universidade de Chicago na estimativa do teletrabalho em 86 países, adaptada à realidade brasileira com a conversão das funções para a Classificação de Ocupações para Pesquisas Domiciliares, adotada pela PNAD Contínua, do IBGE.
Os resultados mostram que das 434 ocupações analisadas, mais de um quinto podem ser realizadas remotamente. Isso coloca o país na 45ª posição no ranking mundial, e em 2º lugar na América Latina.
Segundo Martins, os profissionais com maior potencial para o teletrabalho são os de ciências e intelectuais, diretores e gerentes e técnicos e profissionais de ensino médio. Na outra ponta, trabalhadores rurais, da caça e da pesca e militares possuem o menor potencial.
Redação Tem com Exame