PM atira em fiel que questionava pregação política em igreja

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O cabo da Polícia Militar Vitor da Silva Lopes, de 37 anos, atirou contra o fiel Davi Augusto de Souza, de 40 anos, durante um culto religioso no templo da Congregação Cristã no Brasil (CCB), em Goiânia, na noite de quinta-feira (1), por causa de uma opinião política. (Assista ao vídeo abaixo).

De acordo com informações, Davi vinha reclamando de o pastor — que na igreja chama-se cooperador — fazer discurso político dentro da igreja. Em suas pregações, o pastor pedia votos em Bolsonaro e proferia mentiras sobre o PT e candidaturas de esquerda em geral. Testemunhas afirmam que o policial teria criticado os questionamentos do fiel sobre a postura do pastor e atirou contra mesmo.

O tiro atingiu a perna de Davi, que foi encaminhado para o Hospital de Urgências de Goiânia, onde precisou passar por cirurgia. O atirador se apresentou em uma delegacia e foi liberado após prestar depoimento.

Davi foi baleado após questionar palanque para Bolsonaro em igreja – Imagem: Reprodução

De acordo com a Polícia Civil, a ocorrência foi registrada como agressão por arma de fogo e lesão corporal culposa — quando não há intenção de machucar a pessoa agredida. Na delegacia, o Boletim de Ocorrência consta apenas as versões dos policiais presentes e do autor do disparo.

Denúncia de fiéis

Membros que frequentam os cultos da CCB em Goiânia têm relatado que os dirigentes da igreja utilizam do palanque durante os eventos religiosos para defender a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) e atacar candidaturas de esquerda. O irmão do baleado, Daniel de Souza, contou que a igreja tradicionalmente não se envolve em questões políticas desde a sua fundação, no entanto, isso começou acontecer há pouco tempo, desde a eleição de Bolsonaro.

Daniel de Souza ainda relatou, em entrevista ao jornal Diário de Goiás, a pressão exercida pelos pastores no campo político e contou sobre os momentos em que foi insultado pelos dirigentes. “Disse a ele que estava errado e que ele não podia fazer aquilo daquela forma. Nos corredores ele me xingou de tudo. Me chamou de petista, comunista, socialista… Foi um constrangimento muito grande. Eu não vou sair da igreja e falei que ia denunciá-lo”, disse Daniel, que é fiel da igreja há anos.

Redação Tem Londrina