‘Ela amava a profissão’, diz filha de servidora do HU vítima da covid-19

Maria comemorando o aniversário no trabalho durante a pandemia – Imagem: Arquivo pessoal

Em meio a todas as incertezas trazidas pela pandemia do novo coronavírus, o trabalho exemplar dos profissionais de saúde tem sido o “porto seguro” de todos. Se tem sido difícil enfrentar este momento, imagina sem o trabalho daqueles que cuidam, que sacrificam o bem estar próprio pelo do próximo, que sacrificam o contato com a própria família para cuidar do familiar de um desconhecido.

Por isso, toda vez que a morte de um profissional de saúde é anunciada, não é só a família dele que perde, somos todos nós. Se estivéssemos em uma guerra – o que, de certa forma, estamos -, estaríamos perdendo um soldado. Ou melhor, perdemos um anjo da guarda, cada vez que uma dessas pessoas vai embora. Esse é o sentimento que fica pela partida da técnica de enfermagem do Hospital Universitário (HU) de Londrina, Maria Aparecida Felipe Caetano, de 54 anos.

Imagem: Arquivo pessoal

“Minha mãe amava a profissão dela. Tanto que estava trabalhando em duas linhas [de enfrentamento] da covid: no HU e na UBS do Maria Cecília. Sempre disposta a ajudar, com muito amor e cuidado”, relata a filha de Maria, Jheniffer Dayane. Para a família, uma perda irreparável. “Minha mãe era o alicerce da nossa família. Trabalhava muito para dar o melhor para os filhos e netos”, comenta.

Luta pela vida

Maria Aparecida Felipe Caetano estava internada desde o dia 26 de dezembro. Ela procurou atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Sabará e, de lá, já foi encaminhada ao HU. Infelizmente, nesta semana, ela não resistiu mais e faleceu. “Minha mãe lutou bravamente pela vida dela. Todos os dias, eu estava acompanhando e sabia que ela estava lutando muito pela vida. Minhha mãe foi guerreira demais”, diz a filha.

Maria deixa quatro filhos, sendo um deles uma bebê de apenas dez meses, e quatro netos. Mais uma família londrinense que chora pela perda de um ente querido para a covid-19. Já são mais de 680 vidas que se foram, só em Londrina, e que precisam ser lembradas para que a convivência diária com a dor não nos tire a empatia, para que continuemos fazendo a nossa parte, para reforçar que não são números, são vidas!

Redação Tem



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