Governadores, Maia e até Temer tentam destravar insumos para a vacina

Imagem: Reprodução

Na falta de uma ação efetiva do governo federal contra as dificuldades que ameaçam interromper a vacinação contra a covid-19 no Brasil, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e os governadores fizeram, nesta quarta-feira (20), movimentos para tentar destravar a importação de imunizantes e a chegada de cargas de princípio ativo para que os fármacos possam ser fabricados no país. Até o ex-presidente Michel Temer (MDB), foi chamado pelo Governo de São Paulo para tentar intervir na situação.

Enquanto o deputado se reunia com o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, para contornar o atraso da chegada do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) para os imunizantes replicados pelo Instituto Butantan e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), os representantes dos estados protocolaram ofício ao presidente Jair Bolsonaro cobrando um diálogo diplomático com o governo de Pequim para assegurar a importação dos insumos para a produção dos fármacos.

A pedido do governo de São Paulo, Temer entrou nas negociações para liberar a importação dos princípios ativos. Ele fez contato com um ex-embaixador da China no Brasil, com que tem boas relações, para que fosse encaminhado o pedido ao presidente chinês Xi Jinping.

Na última terça (19), ele ligou para o ex-embaixador Li Jinzhang, que hoje trabalha no palácio presidencial da China, e recebeu a promessa de que o pedido de ajuda para liberar a importação seria levado ao presidente chinês.

Na quarta, Maia se reuniu com o representante diplomático da China e, após o encontro, afirmou que o embaixador trabalha junto ao governo chinês para liberar os insumos para a fabricação das vacinas Coronavac e Oxford/Astrazeneca no Brasil. Ainda de acordo com o parlamentar, Yang Wanming. “É incrível como a questão ideológica com alguns prevalece em relação à importância de salvar vidas”, disparou Maia, ao sair do encontro.

Ataques ao país asiático, promovidos pelo presidente Jair Bolsonaro, o filho dele Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o ministro Ernesto Araújo, dificultam a negociação. Situação é a mesma com a Índia, que já iniciou exportação de vacinas para vários países, e tirou o Brasil da lista.

Ofício

Em uma segunda iniciativa para fazer o governo federal intensificar seus esforços para a chegada do IFA ao país, o ofício dos governadores também pede que o Executivo se movimente para negociar com a Índia, de onde o Brasil aguarda dois milhões de doses da vacina de Oxford/Astrazeneca, produzida pelo Instituto Serum. E frisa que deve ser avaliada a “possibilidade de estabelecimento de diálogo diplomático com os governos dos países provedores dos referidos insumos, sobretudo China e Índia, para assegurar a continuidade do processo de imunização no país”.

“A carta é um apelo, em sintonia com o povo brasileiro, para que o presidente da República, com toda a diplomacia brasileira, governadores, ex-presidentes, quem puder ajudar, para que a gente possa ter esse diálogo com o governo da China, da Índia, da Rússia, para garantir que seja cumprido o cronograma para a entrega do IFA”, cobrou o governador do Piauí, Wellington Dias, que coordena, no Fórum de Governadores, a temática Estratégia Para a Vacina Contra a Covid-19.

Pressionando, o governo emitiu nota na qual afirma que “o Ministério das Relações Exteriores, por meio da embaixada do Brasil em Pequim, tem mantido negociações com o governo da China.

Outros ministros do governo federal têm conversado com o embaixador Yang Wanming.

Redação Tem com Correio Braziliense/UOL



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