Prefeito diz que colapso em Araraquara é prenúncio ao Brasil: ‘está por vir’

Cidade paulista vive colapso no sistema de saúde com identificação da variante brasileira do coronavírus.

Imagem: Reprodução

O prefeito de Araraquara, em São Paulo, Edinho Silva (PT), falou sobre a preocupação com o aumento de casos, internações e mortes por covid-19 na cidade durante entrevista à Globo News e deixou gestores municipais preocupados. A cidade detectou a variante brasileira do novo coronavírus e completou quatro dias de UTIs lotadas.

No total foram identificados 12 casos da variante registrada primeiro em Manaus. A suspeita é que ela tenha relação com a alta da doença.

“O que nós estamos vivendo em Araraquara, na minha avaliação, é o prenúncio de algo muito ruim que está por vir no estado de São Paulo e no Brasil”, disse.

Para o prefeito, as autoridades precisam ter dimensão do que pode acontecer com a disseminação da variante. “Porque se nós compararmos esse momento, 2021, com o mesmo período de 2020, nós efetivamente estamos numa situação muito mais séria em relação a pandemia e, principalmente, as novas cepas, as mutações do coronavírus”, afirmou.

Cidade tem lockdown e enfrenta colapso no sistema de saúde – Imagem: Bruno Santos/Folhapress

Ainda segundo o gestor, a cidade ainda não conseguiu frear as contaminações porque está “correndo atrás do passado”.

“É a fotografia da contaminação de dez dias atrás, sete dias atrás, que é o período que a doença demora a se manifestar e muitas vezes se agravar. (…) Historicamente, o coronavírus evoluía em pacientes, geralmente com mais de 60 anos, ou com comorbidades ou com algum tipo de fragilidade. Agora não, o que nós estamos vendo é uma doença que evolui de forma muito rápida em pacientes jovens e clinicamente considerados saudáveis”, disse.

De acordo com a prefeitura, nesta quinta-feira (18), 219 pessoas estão internadas nos leitos reservados para a doença na cidade, sendo que 152 estão em enfermaria (4 suspeitos e 148 confirmados) e 67 estão em UTI (1 suspeito e 66 confirmados).

Para o prefeito só há duas formas de combater a doença: a vacinação em massa ou o isolamento social.

“(…) infelizmente o Brasil não tem capacidade de vacinação em massa ainda, nós estamos com um pouco mais de 16 mil pessoas vacinadas numa cidade de aproximadamente 250 mil habitantes, é um índice baixo e não é por incapacidade, né? Tudo aquilo que chegou no município de remessa de vacina, nós aplicamos. Então, se você não tem a vacina pra vacinação em massa, a única forma que você tem pra conter ritmo de contaminação e, consequentemente a pressão sobre o sistema de saúde, é o isolamento social. Não há outra forma”, afirmou.

Variante brasileira fez explodir novos casos da doença – Imagem: Bruno Santos/Folhapress

Desde segunda (15), a cidade tem um decreto que proíbe a circulação de pessoas sem justificativa. Blitzes com orientação e multa está sendo feitas. Somente o comércio essencial pode funcionar.

“Nós sabemos que os empresários estão sofrendo, que a pequena e média empresa está sofrendo. Nós sabemos que a sociedade está sofrendo, uma pandemia que arrasta já desde o início de 2020. Mas não há outra forma, eu sei que o sacrifício é grande, mas nesse momento, e não é retórica não, nesse momento, efetivamente, nós temos é que salvar vidas, porque durante toda a semana, nós tivemos mais pacientes pra serem internados do que vagas hospitalares”.

Redação Tem com G1



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