‘Te amo para sempre’, diz irmã de jovem vítima da covid em Londrina

Irmã deixou uma mensagem emocionante ao jovem, que se tornou a vítima mais nova da covid em Londrina.

Alan não tinha comorbidades – Imagem: Arquivo pessoal

Entre as vítimas do coronavírus em Londrina, está um jovem, de apenas 20 anos, que deixou suas histórias para serem contadas pelos amigos e familiares. Alan Souza Silva é, até então, a vítima mais jovem da doença no município e não apresentava um quadro de doenças pré-existentes.

Alan, de 20 anos, lutava contra a covid-19 desde o mês passado quando foi infectado no trabalho. De acordo com a família, ele estava internado no Honpar de Arapongas, já que não havia vaga em Londrina. “Ele foi transferido no dia 23 de fevereiro para Arapongas, onde conseguiram uma vaga, e ele foi direto para UTI. Os pulmões já estavam 60% comprometidos, mas ele se manteve bem por alguns dias, estávamos na torcida para ele vir embora logo, porém o que veio foi a piora do quadro. Ele piorou tanto que na madrugada do dia 03 de março foi necessário a entubação e, pela manhã, ele teve uma parada cardiorrespiratória que não foi possível reverter levando ele a óbito”, conta a irmã de Alan, Mayara de Souza.

Segundo ela, Alan tinha muito medo de se contaminar e estava se cuidando. Mas, infelizmente, quando foi infectado, os sintomas evoluíram muito rápido e ele não resistiu. “O ano é novo, mas as pessoas estão fazendo tudo errado achando que a doença ficou em 2020. Mas não, ela se mutou e está muito mais forte e, agora, em qualquer faixa etária. Veja o caso do meu irmão, ele não tinha nenhuma comorbidade, não fazia uso de cigarro e, mesmo assim, foi completamente tomado por esse vírus”, diz a irmã em tom de alerta.

Alan adorava ir aos jogos do Londrina desde criança – Imagem: Arquivo Pessoal

Para a família e amigos, que nem puderam se despedir do jovem por uma última vez, ficam apenas a dor e a saudade. Além das boas lembranças de um rapaz que sonhava em viver no campo e adorava o estilo cowboy, sempre com seu chapéu e bota. Outra paixão do jovem Alan era o Londrina Esporte Clube (LEC): “ele amava ir ao jogos do Londrina, desde criança, com meu pai”, lembra Mayara.

Amigos e familiares prestaram uma última homenagem ao jovem:

‘Te amo para todo sempre’

Mayara também prestou uma emocionante homenagem ao irmão nas redes sociais. Com palavras que transbordam afeto, ela transformou a dor e a saudade em uma verdadeira declaração de amor: “Te amo para todo sempre”, finalizou a irmã.

Irmãos juntos em foto – Imagem: Arquivo pessoal

Leia a homenagem completa:

Meu irmão, como está difícil sem você aqui do meu lado, ainda não consigo acreditar você se foi, parece que a qualquer momento você vai chegar dizendo “tata vamos comprar salgadinho?” “Tata o que tem de doce pra comer?” O que me conforta é saber que você viveu cada minuto com muita alegria, muito amor por cada pessoa que entrou na sua vida. Então sei que você viveu seu propósito aqui na terra e agora seu espírito está num lugar melhor olhando por todos nós. Esse vírus que veio trazendo tanto medo e você tinha muito medo de se contaminar, estava todo feliz no seu trabalho novo e de repente já não estava mais em casa, os sintomas apareceram muito rápido, a evolução foi muita rápida, você sofreu e agora descansou, está com os anjos, nossa senhora e Deus e você me mostrou no sonho que estava em um lugar lindo de muita paz com passarinhos e um céu azul do jeito que você gostava e isso acalmou meu coração. Te amo para todo sempre ♥️

Contaminação no trabalho

O jovem começou a sentir os sintomas da doença após os patrões da empresa onde trabalhava se contaminarem com o vírus. O casal também ficou em estado grave e chegou a ser internado. A mulher já teve alta, mas o homem continua na UTI.

Com isso, a história de Alan reforça a importância das medidas de distanciamento e isolamento social. “Cuidem de você e de quem você ama. Nossa família fez isso, porém, mesmo nos cuidando tanto, esse vírus chegou até ele trabalhando, o que foi uma fatalidade e não um mero descuido”, reforçou Mayara.

Em Londrina

Até o momento, 15 londrinenses na faixa de 20 a 39 anos já perderam a vida para a covid-19 no município.

Com a nova variante brasileira em circulação pelo país, profissionais de saúde estão registrando um aumento significativo do número de jovens internados e que apresentam o estado mais grave da doença.

Fiama Heloisa - Redação Tem



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