Agressor de Néia é condenado a 23 anos de prisão por tentativa de homicídio

Imagem: Reprodução

O julgamento realizado através do júri popular nesta quinta-feira (04) decidiu condenar Emerson Henrique de Souza, a 23 anos e 10 meses de prisão em regime fechado pela tentativa de homicídio contra a ex-companheira, Cidnéia Aparecida Mariano da Costa, de 34 anos. Todas as qualificações apresentadas pela acusação foram acolhidas pelo júri, entre elas o fato dela ser mulher (feminicídio), crime por meio cruel e motivo torpe.

Após a tentativa de feminicídio, Néia, como é chamada pelos amigos e familiares, ficou tetraplégica, perdendo todos os movimentos do corpo, inclusive, a fala.

Sessão

A sessão teve início às 9 horas da manhã sendo presidida pelo juiz da 1ª Vara Criminal de Londrina, Paulo César Roldão. Os jurados acompanharam atentamente aos questionamentos feitos ao réu, que confessou ter cometido os atos criminosos. Também foram ouvidas testemunhas do caso. O júri optou pela condenação de forma quase unânime em uma sessão que durou mais de 12 horas.

Manifestantes em frente ao tribunal – Foto: Reprodução/Tem Whats

O Promotor de Justiça, Ricardo Alves Domingues, foi o autor do pedido de condenação por tentativa de feminicídio.

De acordo com a advogada da família de Néia, Isabeau Lobo Muniz Santos Gomes, a condenação não traz reparação, mas deve trazer alívio para os familiares, além de garantir justiça. “Acredito que essa é uma sentença que confirma que a lei, no que tange à tentativa de um homicídio contra uma mulher, foi preservada. Não é a condenação em si, mas o que ela representou sobre a vida de uma mulher, não só de uma, mas de todas”, disse.

“Essa foi uma decisão da sociedade”, defende a advogada, ao enaltecer a pena por tentativa de homicídio, e não de ‘lesão corporal’, como queria a defesa do acusado.

Néia, com 33 anos, antes da tentativa de feminicídio; Néia hoje – Foto: Arquivo Pessoal

O caso

O crime aconteceu em 08 de abril de 2019. Néia buscava há dias, amigavelmente, romper a relação com o então companheiro. Por não concordar com o fim do relacionamento, Emerson tentou matar Néia asfixiada. Achando que tinha conseguido cometer o crime, abandonou o corpo dela em uma estrada rural na Zona Norte de Londrina.

Ela foi encontrada ainda com vida e encaminhada ao hospital. Porém, devido à falta de oxigênio no cérebro decorrente da asfixia que sofreu, ela ficou com severas sequelas neurológicas.

Em entrevista ao TEM, a irmã reforçou que, ainda que Néia tenha sobrevivido ao crime, ela teve a vida completamente afetada já que ficou tetraplégica. Ela definiu o crime como um “feminicídio social”. ““É um feminicídio social. O objetivo dele de impedir que ela prosseguisse com a própria vida foi cumprido. No sentido social, ele anulou a vida dela”, aponta Silvana.

Hoje, Néia está tetraplégica, acamada, e sem poder falar.

Redação Tem



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