Prefeito de Londrina suspende demolição de chaminé histórica

Estrutura, que fez parte das antigas indústrias Mortari, tem quase a mesma idade do município de Londrina.

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O prefeito de Londrina, Marcelo Belinati (PP) anunciou, nesta segunda-feira (26), que determinou por meio de um ato administrativo, a suspensão por tempo indeterminado da demolição da última chaminé da antiga Serraria e Cerâmica Mortari, na região da Avenida Leste-Oeste em Londrina. O imóvel foi adquirido por uma rede de farmácias e seria demolido nesta semana.

Nas redes sociais, Belinati disse que fez o pedido aos responsáveis pelo espaço na última semana. Mas como a demolição foi iniciada, o prefeito determinou a suspensão. “Eu tinha conversado com os responsáveis na sexta-feira pedindo a suspensão. Eles suspenderam e ficaram de avaliar. Hoje pela manhã iniciou a demolição da chaminé. Então fiz ato administrativo suspendendo a demolição. Nosso patrimônio precisa ser preservado. Desenvolvimento e história devem caminhar juntos, em harmonia”, justificou o chefe do executivo municipal.

Deputado fez pedido

Na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP), o deputado londrinense Tercílio Turini (PSD), afirmou que fez um pedido à rede de farmácias São João solicitando a preservação da estrutura histórica. O parlamentar também tratou do assunto na sessão plenária da ALEP.

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“A chaminé é um grande marco que desponta na memória afetiva dos londrinenses, para aqueles que viveram na época da construção e também as pessoas mais novas que buscam conhecer como foi o passado e a evolução de Londrina”, disse o parlamentar.

O documento encaminhado ao presidente da empresa aponta que a chaminé vai completar 88 anos em 2024. “Familiares lembram ainda que a madeira beneficiada também era vendida em outros estados, exportada para vários países e inclusive utilizada na Inglaterra na fabricação de grandes barcaças durante a II Guerra Mundial”, explicou.

Construída em 1936, a estrutura tem quase a mesma idade do município.

História

Nos arredores da avenida Leste-Oeste (trecho da antiga Rua Acre) com a Rua Rio Grande do Sul foi construída, no final da década de 30, foi construída a Serraria Mortari, considerada a primeira indústria londrinense. Enquanto se passeia pelos arredores, é possível imaginar o que um dia foi a maior serraria da cidade, operando com máquinas importadas da Itália e da Alemanha.

A antiga serraria, primeira edificação do conjunto, foi construída originalmente em madeira. A fachada voltada para a Rua Acre recebeu, em 1948, frente de alvenaria de tijolos. Muita madeira da cidade e região foi exportada por meio desta indústria.

O conjunto de inúmeros barracões construídos em alvenaria de tijolos e a cerâmica implantada na quadra ao lado formavam o complexo Mortari.

A cerâmica, reconhecida como a primeira indústria de peso de Londrina, produzia uma gama diversificada de materiais, desde tijolos até telhas e manilhas. A produção de telhas francesas e paulistas era viabilizada e incrementada com a ajuda de uma prensa automática e hidráulica, articulada a esteiras rolantes. As máquinas eram importadas e contavam com tecnologia avançada.

A indústria funcionou até meados dos anos 1970, quando foi desativada.

Redação Tem Londrina