Corte do Governo Federal pode comprometer até 360 projetos da UEL

Foto: Reprodução/UEL

Pesquisadores da Universidade Estadual de Londrina (UEL) participam, nesta sexta-feira (15), da mobilização nacional em favor do desenvolvimento científico e tecnológico e contra o corte mais de 90% dos recursos previstos para o Ministério da Ciência e Tecnologia, proposto pelo Ministério da Economia, na semana passada. A manifestação será realizada de forma online envolvendo Universidades e Institutos de Pesquisa de todo o país, uma iniciativa da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e demais entidades da área. A mobilização terá início a partir das 9 horas, por meio do canal Youtube oficial da SBPC.

Desde a semana passada, cientistas de todo o país estão mobilizados para tentar reverter a decisão da equipe econômica. Na última quinta-feira (7), o Congresso votaria um projeto de lei que liberaria R$ 690 milhões para o Ministério da Ciência. Parte do dinheiro seria destinado ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para contemplar a Chamada Universal de Editais. Na última hora, de forma surpreendente, o Ministério da Economia divulgou a decisão de cortar os recursos.

A preocupação é que uma medida provisória obriga que o dinheiro, se não for usado, seja destinado novamente ao caixa da União.

Na UEL, o possível corte no orçamento do CNPq afeta fortemente a participação de estudantes em programas de pesquisa fundamentais, além da própria realização dos projetos, uma vez que a Chamada Universal representa o principal fomento à pesquisa em todas as áreas do conhecimento. Atualmente a Universidade mantém 360 projetos envolvendo estudantes e orientadores. São 274 bolsistas de Iniciação Científica (IC), 34 de Iniciação Tecnológica (IT) e 52 bolsas Iniciação Científica/Ensino Médio (IC-EM) destinadas a projetos específicos.

De acordo com o reitor da UEL, Sérgio Carvalho, toda a comunidade universitária está sendo convocada a participar da manifestação. Segundo ele, os pesquisadores brasileiros foram literalmente surpreendidos com a possibilidade de um corte severo no orçamento do Ministério da Ciência, o que inviabiliza a realização do principal edital para a contemplação de bolsas de estudos. “Isto tem um impacto brutal nos recursos destinados à pesquisa brasileira nos próximos anos. Os recursos já são poucos, mas essa decisão praticamente zera o investimento necessário”.

Segundo o reitor, estudantes estão trabalhando de forma remota, mas devem se mobilizar e engrossar a manifestação de toda comunidade científica brasileira. “Nesta sexta-feira teremos o Dia do Professor, uma boa data para nos mantermos mobilizados por uma causa importante para todo o país”, manifestou Sérgio Carvalho.

Recursos e Bolsas

Conforme explica o Diretor de Pesquisa da Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (PROPPG), Eduardo José de Almeida Araújo, os recursos previstos na chamada pública do CNPq servem para cobrir despesas e o custeio de materiais, para compra de equipamentos e para pagamento de bolsas. No caso do corte anunciado na semana passada, o que deverá ser afetado imediatamente é o pagamento das bolsas de pesquisadores.

De acordo com o diretor, o corte em questão deverá comprometer o Edital Universal, publicado em agosto deste ano. Além das 360 bolsas custeadas pelo CNPq, a UEL dispõe de outras 178 bolsas de custeadas pela Fundação Araucária, ligada à Superintendência de Ensino Superior, Ciência e Tecnologia do Paraná. Quanto às bolsas de mestrado e doutorado da UEL, a maior parte é paga pela CAPES (que também é recurso federal). A menor parte é paga pelo CNPq. “O governo do Paraná tem participação importante, mas a maior parte das bolsas que temos são custeadas com recursos do Governo Federal”, define o professor.

Manifesto

no final da tarde desta quinta (14), a Reitoria da UEL divulgou um manifesto onde se posiciona, juntamente com os Conselhos Superiores da Instituição, a respeito do corte de recursos para a pasta da ciência e tecnologia. De acordo com o manifesto, as recentes decisões do Governo Federal colocam em risco não somente a ciência, mas o projeto de desenvolvimento estratégico do país, em busca de competitividade no cenário internacional.

Redação Tem com Agência UEL



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