UEL integra pesquisa que investiga fatores genéticos da covid-19

Na UEL, 21 pesquisadores participam do estudo.

Estudo terá participação de 12 instituições – Foto: Reprodução/UEL

A Universidade Estadual de Londrina (UEL) é uma das 12 instituições de pesquisa envolvidas em um amplo estudo que pretende levantar a existência de fatores genéticos que possam interferir na gravidade da covid-19. O projeto denominado “Abordagem Genômica para investigar variações genéticas da SARS COV-2 e no hospedeiro humano” será conduzido pelo Instituto de Pesquisa para o Câncer (IPEC), da Unicentro, de Guarapuava, envolvendo oito Universidades públicas e privadas do Paraná e outras instituições de ponta de São Paulo, entre elas a USP e a Unesp. Somente na UEL estão envolvidos 21 pesquisadores de nove Departamentos distintos, que deverão colaborar com exames, infraestrutura e expertise.

Nos próximos quatro meses os pesquisadores deverão coletar dados clínicos, amostras de sangue e de tecido de pacientes junto ao Lacen, em Curitiba, e no setor de Diagnóstico Molecular do Laboratório de Análises Clínicas do Hospital Universitário (HU/UEL). Ao todo serão analisados 150 casos de grupos de pacientes com manifestações clínicas graves, moderadas e leves. O objetivo é tentar compreender por que alguns pacientes apresentam maior resistência à doença, em detrimento de outros mais suscetíveis, que evoluem para complicações e necessitam ser entubados. Pesquisadores afirmam que metade das pessoas que apresentam diagnóstico positivo tem sintomas moderados e são curados sem necessidade de internamento.

A rede foi oficializada na semana passada e reúne pesquisadores da Unicentro, UEL, UEPG, UENP, Unioeste, Unespar, UFPR, Faculdades Pequeno Príncipe, Instituto Carlos Chagas (Fiocruz), PUC e Lacen. Também integram o grupo, a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (SP), Unesp de Araraquara, Universidade de Araraquara e Faculdade de Medicina de Marília.

Parceiros

O Diretor de Pesquisa da Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (PROPPG) da UEL, professor Eduardo José de Almeida Araújo, explica que o convite para a Universidade partiu do presidente do Ipec, coordenador do curso de Medicina da Unicentro, David Livingstone. A proposta foi feita há cerca de dois meses e meio. A partir do convite, a Proppg repassou a proposta para os pesquisadores interessados em investigações relacionadas à área genômica.

Segundo o diretor, embora o Ipec tenha maior foco em estudos relacionadas ao câncer, a gravidade do novo coronavírus despertou o interesse de unir pesquisadores do Paraná e São Paulo para buscar respostas efetivas para o combate à doença. Além de colaborar com exames, informações e pesquisa, a UEL deverá integrar o grupo gestor da rede.

Comportamento do vírus

A professora Andrea Name Colado Simão, do Departamento de Patologia, Análises Clínicas e Toxicológicas (PAC), do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UEL, é uma das envolvidas no estudo em rede, responsável pela coleta e envio de dados da UEL. Ela explica que a ideia da formação da rede é compartilhar, além de dados e informações, a infraestrutura existentes nas Instituições. Segundo a pesquisadora, compreender fatores genéticos associados não só ao vírus mas, também ao paciente poderá ajudar a entender as manifestações clínicas e evoluções distintas da doença.

Ela explica que o estudo pretende identificar o perfil genético do vírus que está circulando no Paraná e em parte do estado de São Paulo. Estudos internacionais têm demonstrado que o vírus tem se modificado – mutação – durante a pandemia e por isso é importante fazer esse mapeamento. “Isso pode nos ajudar a compreender melhor o processo de infecção”, explica. Outra questão a ser desvendada são os fatores genéticos do hospedeiro (paciente), que podem ser agravantes nas infecções. “Há interações entre fatores existentes no vírus e no paciente que influenciam a forma com que o processo de infecção evolui “.

A pesquisadora afirma que a coleta de dados da pesquisa deve ocorrer nos próximos quatro meses. Os primeiros resultados do estudo estão previstos para meados de 2021. Por último a professora Andréa explica que, provavelmente, a infecção por coronavírus não deverá ter fim no próximo ano mas, que a expectativa é de uma grande redução no número de casos. Segundo ela, pessoas infectadas teoricamente não desenvolveriam mais a infecção e, portanto, o número de infectados tende a diminuir progressivamente. Porém, a doença só deverá ser mesmo erradicada quando for desenvolvida uma vacina e houver a imunização em massa.

Participam da rede genômica os seguintes professores da UEL:

Alessandra Lourenço Cecchini Armani (CCB – Ciências Patológicas);

Amauri Alcindo Alfieri (CCA – Medicina Veterinária Preventiva);

Andre Luis Laforga Vanzela (CCB – Biologia Geral);

Andrea Name Colado Simão (CCS – Patologia, Análises Clínicas e Toxicológicas);

Danielle Venturini (CCS – Patologia, Análises Clínicas e Toxicológicas);

Eduardo Jose de Almeida Araujo (CCB – Histologia);

Eliandro Reis Tavares (CCB – Microbiologia);

Glaura Scantamburlo ALves Fernandes (CCB – Biologia Geral);

Ilce Mara de Syllos Cólus (CCB – Biologia Geral);

Jacques Duílio Brancher (CCE – Computação);

Juliana Mara Serpeloni (CCB – Biologia Geral);

Karen Brajão de Oliveira (CCB – Ciências Patológicas);

Ligia Carla Faccin Galhardi (CCB – Microbiologia);

Lucy Megumi Yamauchi Lioni (CCB – Microbiologia);

Marla Karine Amarante (CCS – Patologia, Análises Clínicas e Toxicológicas);

Maria Angelica Ehara Watanabe (CCB – Ciências Patológicas);

Neyva Maria Lopes Romeiro (CCE – Matemática);

Patricia Silva Lucio (CCB – Psicologia e Psicanálise);

Roberta Losi Guembarovski (CCB – Biologia Geral);

Sueli Fumie Yamada Ogatta (CCB – Microbiologia);

Wander Rogério Pavanelli (CCB – Ciências Patológicas).

Redação Tem



Você tem que estar por dentro!
Assine nossa Newsletter e receba notícias e novidades no seu e-mail