Bolsonaro faz apelo em reunião com empresários: ‘Não podem parar’

Presidente ainda criticou as medidas aplicadas por Governadores.

Foto: Sergio Lima/AFP

Em videoconferência com empresários na tarde desta sexta-feira, o presidente Jair Bolsonaro fez um apelo para que o setor produtivo do país não pare diante da pandemia do novo coronavírus. Ele reforçou que a economia não pode parar, citando a necessidade de manter a produção e o transporte de remédios e de trabalhadores. E pregou a união durante a crise.

“Tendo em vista, obviamente, a situação em que o nosso Brasil se encontra, o momento é de união de todos nós, classe política, governadores, prefeitos, demais autoridades e, em especial, o setor produtivo, que agora se faz presente nesta videoconferência. Como diz o nosso ministro da Saúde, podemos ter alguns meses bastante difíceis pela frente e, há mais de um mês, o nosos governo se prepara para essa situação” iniciou o presidente.

Bolsonaro afirmou que decidiu ouvir os empresários, no grupo representado pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Paulo Skaf, para “para que algo que porventura não esteja feito de acordo com o pensamento de cada um” deles seja redirecionado e, assim, os problemas que o vírus pode ocasionar nos brasileiros sejam mitigados.

“Nós temos que correr com muita coisa, mas obviamente temos que ter responsabilidade e fazer isso tudo em cima de um planejamento. A economia não pode parar. Afinal de contas, não basta termos meios se não tivermos como levá-los ao local onde será usada, bem como os profissionais têm também que se fazer presentes nesses locais” declarou.

“Os empresários não podem parar, porque precisamos produzir muita coisa, e não é apenas um centro de produção. Um simples remédio envolve vários outros setores para que ele seja feito, embalado, [a]condicionado e transportado. A nossa economia também não pode parar no tocante à produção de alimentos. E esta área é muito grande” complementou.

De acordo com o presidente, o setor produtivo enviou 35 propostas ao governo federal nas últimas semanas, e uma parte considerável delas já foi implementada. Outras “estão em fase final, tendo em vista a urgência que o momento assim o requer”, segundo Bolsonaro.

Bolsonaro critica medidas de estados

O presidente voltou a reclamar de medidas tomadas por governadores contra a pandemia do coronavírus e disse que decisões como a de fechar aeroportos ou estradas nas divisas entre os Estados “não procedem”, levam pânico à população e podem provocar um colapso do setor produtivo.

“Não procedem algumas decisões isoladamente sendo tomadas pelo Brasil por outras autoridades em fechar aeroportos, em fechar estradas, quer seja federais ou estaduais, porque agindo dessa maneira nós, além de levarmos pânico a uma situação que requer de todos cabeça no lugar e muita frieza para lidar com este problema” declarou.

Bolsonaro disse que o governo federal está em contato com secretários estaduais para definir “a questão do direito de ir e vir, do fechamento ou não de rodovias, bem como aeroportos”.

“Em grande parte, a Constituição garante a nós essa responsabilidade” defendeu o presidente. “Então estamos acertando para que um Estado não aja diferente dos outros e que não bote em colapso o setor produtivo. Não adianta produzir num lugar se não tem onde entregar no outro. E o Brasil precisa continuar se movimento, mexendo com a sua economia, senão a catástrofe se aproximará de verdade” complementou.

O presidente disse ainda que, “como estadista”, tem falado ao Brasil que não podemos entrar em pânico.

“Temos que tomar as medidas que forem necessárias, mas sem histeria. Este é o exemplo que eu procuro dar em todas as ações que eu tenho falo para frente . Temos quase 12 milhões de desempregados no Brasil. Este número vai crescer, mas se crescer muito, outros problemas colaterais surgirão. E, com toda a certeza, o mal que pode ocasionar esse congestionamento pode ser até maior do que o do vírus que está aí. E é realmente aquilo que devemos combater no momento”, disse Bolsonaro.

Também presente na reunião, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, concordou com o presidente e declarou que medidas como o fechamento de estradas e aeroportos têm que passar por Bolsonaro e pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freiras.

“Isso não pode ser descentralizado, se não vai virar bagunça”, declarou Mandetta.

Redação Tem com O Globo



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