Contrária a militarização das escolas, APP Sindicato protesta em Londrina

Ato pela educação será a partir das 9h desta quarta.

Foto: Reprodução

Desde que o governador Ratinho Júnior (PSD) anunciou o programa de implementação dos colégios cívico-militares no estado, o Núcleo Regional da APP-Sindicato de Londrina manifestou a desaprovação da medida. A categoria questiona a forma como o sistema está sendo implantado – com consultas públicas nesta terça (27) e quarta (28) – e os prejuízos para toda rede de ensino público do Paraná.

Segundo Bruno Garcia, professor e representante do Conselho Estadual da APP-Sindicato, a decisão do governo pegou a todos de surpresa. “Foi tudo a ‘toque de caixa’, sem respeitar, em nenhum momento, a autonomia da comunidade escolar”, comentou.

Garcia explica que, para a categoria, existem vários problemas com o projeto. Um deles seria a autorização da discriminação entre as escolas da rede estadual, já que “a Secretaria de Educação e Esporte vai prestar apoio técnico e financeiro diferenciado” para as escolas do novo modelo. Tem ainda a diminuição das vagas ofertadas no período noturno, já que a escola cívico-militar não poderá oferecer turmas para esse período. “Como fica o estudante que precisa trabalhar?”, questiona o professor.

Além disso, a APP encontrou irregularidades em relação as escolas escolhidas, pois algumas não se encaixam nos critérios exigidos pelo próprio governo. “Existem uma série de regras impostas pela própria lei. Por exemplo, a escola escolhida não pode ser a única estadual da cidade. Mas tem cidade em que isso aconteceu, em que eles querem militarizar a única escola estadual do município”, denuncia o representante do Conselho da APP. A entidade informou que já procurou o Ministério Público para denunciar os casos.

“Lugar de militar não é na escola. Escola é lugar de socialização, não de imposição. O melhor para o estudante, não é a disciplina militar, mas sim, a construção coletiva do conhecimento, do pensamento crítico. Escola é lugar de seres pensantes”, declara Garcia.

Os professores estão acompanhando a consulta pública, que termina nesta quarta-feira, e aproveitando para entregar uma carta aberta explicando sobre todos esses apontamentos.

Protesto

Nesta quarta, a partir das 9h, os professores vão se reunir em frente ao Núcleo Regional de Educação de Londrina para um ato pela educação pública. Entre outras pautas, eles vão defender a não militarização das escolas estaduais.

Redação Tem



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