UEL se manifesta contra projeto para cobrança em universidades públicas

O reitor da UEL, professor Sérgio Carvalho – Imagem: Agência UEL

A Universidade Estadual de Londrina (UEL) divulgou uma nota, nesta terça-feira (24), contra a proposta de emenda à Constituição n. 206/2019, apresentada na Câmara dos Deputados e em discussão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que previa a alteração de um dos artigos constitucionais balizadores da gratuidade à Educação. O artigo 206 passaria a obrigar as instituições a cobrar mensalidades dos estudantes.

O texto foi retirado de pauta após pressão da sociedade e diversas manifestações contrárias.

Em nota, o reitor da UEL, Professor Sérgio Carvalho, chamou a proposta de “retrocesso” e explicou que se aprovada, a medida “excluirá milhões de jovens pobres, negros e de membros de outros grupos vulneráveis, da possibilidade de ingressar” na universidade pública.

Imagem: Divulgação/UEL

Confira o documento:

A proposta apresentada é um retrocesso dos direitos à educação pública, uma vez que excluirá milhões de jovens pobres, negros e de membros de outros grupos vulneráveis, da possibilidade de ingressar no Ensino Superior. Não é possível admitir a redução do conjunto de possibilidades de escolha da juventude, o sonho de entrar na Universidade.

Várias reformas podem e devem ser feitas nas Universidades. Novos cursos podem ser concebidos para que tenhamos Universidades Públicas mais aderentes aos desafios que se colocam diante da sociedade brasileira. As pesquisas devem ser livres e bem financiadas, mas sempre tomar como norte os grandes problemas humanos, sanitários e sociais. A extensão universitária deve ser ampliada e financiada. As Universidades devem abrigar, dentro de si, a sociedade brasileira em seus mais variados aspectos, e a primeira forma de abrigar é garantir que nos seus quadros estudantis todos tenham oportunidades.

As Universidades podem ser base para um projeto de Nação. Não é possível que a perda de mais de 650 mil vidas, além de todo o impacto com o aumento da desigualdade social observado neste momento de pandemia, não tenham sensibilizado a classe política brasileira para a importância da educação e de ações que busquem uma sociedade justa e igualitária. Deveriam estar pensando em como salvar as Universidades existentes, incentivando-as a ampliar suas atividades e pensando um país melhor para todo seu povo. Deveriam pensar em como ter mais Universidades. Deveriam focar o pensamento em o que fazer com os jovens que simplesmente não querem estudar. Pensar em cobrar mensalidades nesse momento é fútil, desnecessário e agressivo.

Essa Reitoria manifesta-se absolutamente contrária à Emenda Constitucional n.206/2019 e manifestará essa contrariedade diante do Conselho Universitário, para que o egrégio Conselho possa referendá-la.

Redação Tem com Agência UEL



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