Vereadores recebiam propina para beneficiar empresas na mudança do zoneamento urbano

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou nesta quarta-feira (24) a operação ZR3, que tem o objetivo de desarticular uma associação criminosa envolvendo agentes públicos e privados. As investigações apontam que eles facilitavam mudanças na lei de zoneamento urbano e receberiam vantagens indevidas por meio da contratação de serviços. Até agora, 11 pessoas estão sendo investigadas, entre elas os vereadores Mário Takahashi (PV), presidente da Câmara, e Rony Alves (PTB). Os dois foram afastados dos cargos por 180 dias em determinação judicial.

Os outros investigados, além dos vereadores, são Luís Guilherme Alho (empresário e membro do Conselho Municipal da Cidade); Inês Dequech (ex-presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina e membro do Conselho Municipal da Cidade); Cleuber Moraes de Brito (ex-secretário do Meio Ambiente, professor da Universidade Estadual de Londrina e membro do Conselho Municipal da Cidade); Evandir Duarte de Aquino (chefe de gabinete de Rony Alves); Usamu Kanigawa (servidor de carreira da prefeitura, lotado na Secretaria de Obras); Brasil Filho Teodoro (empresário); Vander Mendes (empresário); José Lima Castro (empresário); e Homero Vagner Fronja (empresário).

Segundo a investigação do Gaeco, o grupo estava estruturado dentro da administração pública para facilitar a alteração de zoneamento da área urbana de Londrina, mudando de industrial para residencial. A propina era capitaneada por meio de serviços prestados por empresas ligadas aos investigados junto a empresários, na realização do Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV). Os orçamentos e valores pagos eram superfaturados.

As investigações começaram em fevereiro de 2017 e correspondem ao período de 2013 a 2017. Delegado do Gaeco, Alan Flore informou que não estão descartadas as participações de outros agentes públicos. Ao todo, 25 mandados de busca e apreensão foram cumpridos, sendo que alguns aconteceram nos gabinetes de Takahashi e Alves, na Câmara Municipal.

Prisão

O requerimento inicial do Ministério Público do Paraná (MP-PR) era para que acontecesse a prisão preventiva ou temporária dos investigados. Porém, o juiz Délcio Miranda da Rocha, da 2ª Vara Criminal de Londrina, optou para que todos usassem tornozeleira eletrônica. Eles deverão comparecer até esta quinta-feira (25) para a instalação do equipamento. Se isso não acontecer, poderão ser tomadas outras medidas, como a conversão em prisão.



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